BRUIT, Hector. Revoluções na América Latina. São Paulo: Atual, 1988. "1. A Revolução Mexicana"
Tensão e ambiguidade: crescimento e progresso econômico.
Crise econômica + Greves de Sonora e Cananea + Incapaciadade do profiriato de lidar com as demandas sociais = violência estatal.
Insatisfação generalizada com as consecutivas reeleições (fraude + intervenção estatal nas eleições).
Francisco Madero, grande fazendeiro do Norte do México. Ligado as elites latifundiárias de Coahuila. Excluídos dos privilégios garantidos pelo profiriato.
Campanha anti-reeleição e se candidata à presidência. Percorre o país estabelecendo alianças com diferentes grupos sociais.
Outubro de 1911: Madero é eleito e sai vitorioso em seu objetivo principal de colocar um fim à ditadura.
As múltiplas forças que derrotaram Porfírio Díaz se recusam a aceitar a ideia de vitória de Madero: garantir a democracia com eleições e a escolha de representantes e pacificar o país.
Os grupos variados que haviam lutado a partir de outras experiências e com outros horizontes de expectativas entendiam que os elementos da vitória representados no projeto de Madero era muito pouco.
Ainda no final de 1911, esses grupos demonstram que não aceitariam o interrompimento do processo revolucionário.
Representado primordialmente pelo líder indígena camponês, Emiliano Zapata, do estado de Morelos, ao sul do México.
Projeto sofisticado, marcado por vários interlocutores, principalmente Otilio Montaño (professor de escolas rurais).
Madero traiu a causa dos camponeses, sem atender suas demandase por isso a luta vai continuar.
recuperar prerrogativas que haviam sido perdidas em face da reforma liberal e da modernização econômicas. Recuperar formas de vida que eram possíveis até início do século XIX.
P. Orozco desafia a autoridade de Madero no Norte
Madero indica o general V. Huerta para pacificar o norte. Ganha força política e organiza um golpe de estado, com sustentação de antigos apoiadores de Porfirio Díaz.
Huerta assassina Madero e seu vice e assume o poder através de um golpe militar.
Ditadura de Huerta: movimento político de restauração do modelo do Porfiriato, inclusive com antigos nomes retornam aos cargos do governo.
Oposição revolucionária se unifica contra o governo de Huerta: inimigo comum, como havia sido Porfirio Díaz
Região mais afetada: desenvolvimento das ferrovias, fábricas têxteis e mineração – expropriam terras, aumentam o poder político e econômico dos latifundiários – proximidade com os EUA.
Formado no estado de Chihuahua, inicialmente por cavaleiros, atinge mais de 50 mil pessoas e se espalha por todo norte
Exército constitucionalista, oriundo do estado de Coahuila, onde era governador.
Defesa do reestabelecimento da normalidade constitucional do país.
Recebe auxílio de Álvaro Obregón, de Sonora, fortalecento o exército constitucionalista.
Conseguem derrotar Huerta, em 1914, que foge do país.
Convenção de 1914 em Águas Calientes: sem acordo entre as lideranças
Carranza se retira e buscar se reorganizar militarmente para subordinar os revolucionários do norte (Pancho Villa) e do Sul (Emiliano Zapata)
Exército Libertador do Sul (Zapata) e Divisão do Norte (Villa) se articulam para lutarem juntos pela devesa da revolução. Zapata e Villa entram na Cidade do México e sentam na cadeira presidencial (06 de dezembro de 1914)
Retornam para o Norte e o Sul, e a Cidade do México, sem controle do poder central. Ou seja, Pancho Villa e Zapata não construíram o desfecho do movimento juntos, não estabeleceram a aliança política necessaria para um governo nacional capaz de garantir as demandas dos camponeses.
A aliança entre eles foi passageira e fortuita, sem um encaminhamento comum para a construção de uma nova ordem no México.
Carranza se consolida como liderança capaz de pacificar e reconstruir o paiz. Para tanto, seria preciso derrotar os opostiores
Imediatamente, Carranza envia seu exército liderado por Obregón, armado com as mais modernas tecnologias militares para aniquilar as tropas de Pancho Villa.
Camponeses-soldados buscam implementar o projeto do Plan de Ayala.
Autonomia administrativa plena: cada pueblo teria o direito de escolher as formas de uso e distribuição das terras.
Exército liderado por Pablo Gonzáles brutaliza os pueblos e maassacra camponeses, crianças e mulheres.
Zapata é assassinado em uma emboscada em 1919, organizada por Carranza.
Carranza, presidente após 1917, é assassinado em 1920 em um plano de Obregón.
Pancho Villa foi assassinado em 1923 numa emboscada no Norte.
"Lembro de quando tinha quatro anos [...] testemunhei com meus próprios olhos a batalha dos camponeses de Zapata contra os carrancistas. Minha situação era muito clara. Minha mãe abria as janelas {...} ela dava acesso aos zapatistas, de modo que os feridos e famintos entrassem pelas janelas na minha casa [...] Ela cuidava dos ferimentos e os alimentava com grossas tortillas, a única comida que se conseguia arranjar em Coyoacán naqueles dias (Frida Kahlo, apud Herrera, 2018. pp. 25-26)